terça-feira, 22 de outubro de 2013

Hoje é o dia!


 
 
É chegada a hora da cerimônia do 4º Prêmio Instituto Pró-Cidadania de Responsabilidade Social.

Estamos na correria, vivendo um clima de expectativa, emoção e contentamento.

Felizes por alcançar esta quarta edição e poder compartilhar casos de sucesso de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Iniciativas que dão certo

e que refletem o quanto nossa causa vale a pena!

Até mais,

 

Açucena

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Sula Miranda nos brindou com uma visita ao IPC hoje, fez algumas entrevistas
e conversou com os treinandos de duas turmas. É muito bom saber que pessoas famosas e públicas se dispõem a apoiar a causa da inclusão. Afinal tem tudo a ver com o seu programa "Tudo Posso".

Obrigada, Sula Miranda, por seu apoio ao nosso trabalho!
 
Grande abraço da Açucena.
 

 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Hoje o Instituto Pró-Cidadania faz aniversário: 24 anos


O Instituto Pró Cidadania está em festa!!!

E te convida para comemorar!!

São 24 anos de muita responsabilidade no cumprimento da sua missão: transformar vidas.

Capacitar, qualificar e incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho é nossa referência.

Oferecer para as empresas de forma assertiva o melhor profissional para a melhor função é o nosso desafio constante e somos muito bons nisso...

Já incluímos mais de 35.000 pessoas com deficiência nas maiores e melhores empresas do país.

Possuímos uma equipe dedicada de profissionais competentes e humanos que se empenham para transformar vidas com respeito, qualidade e dedicação.

Mas essa festa pode e deve ser muito maior porque o Instituto Pró-Cidadania entra para história das pessoas com deficiência desse país por sua ousadia e seu enfrentamento, não pela força, mas pela credibilidade de quem faz e faz bem feito!!! 

O Instituto toma para si a responsabilidade direta no arquivamento definitivo do PLS 112/2006, que iria excluir milhões de pessoas com deficiência do mercado de trabalho.

Esse PLS não existe mais!

O Instituto Pró-Cidadania sabe de sua responsabilidade na defesa dos interesses das pessoas com deficiência e está alerta para novas lutas por um país mais justo e humano!!! Tenho orgulho de ter iniciado esse trabalho há mais de duas décadas.

Vamos festejar!!!

Parabéns Instituto Pró-Cidadania, muito mais forte...Sempre!!!

 

Açucena Calixto Bonanato

 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O gigante acordou!!


 
Até que enfim nossa população resolveu se manifestar contra todas as improbidades que ocorrem no país.  Demorou.

Sou absolutamente a favor das manifestações pacíficas para demonstrar o quanto nossa população está sendo desprezada pelos governantes.

Acompanho diariamente pessoas que, por força de sua condição de deficiência, dependem de um sistema de saúde falido, de transportes não adaptados, de escolas despreparadas tanto em acessibilidade como em professores treinados para recebê-los.

Se para a população em geral já é difícil, imagina só para a população chamada de especial, ou seja, a que requer uma atenção especial.

“Dai a Cesar o que é de Cesar” – sou totalmente favorável ao pagamento de impostos, de forma que retorne a benefícios para a população. Não é o que presenciamos no Brasil. Quanto mais se paga de impostos, mais temos que pagar para termos os “serviços públicos” privados. Lembro-me de quando estudava, que as escolas públicas eram tão boas, que precisávamos prestar vestibulinho para entrar. Quem não conseguia acompanhar o ensino público ia para as escolas particulares, chamadas de “pagou passou”. Bons tempos em que as crianças sabiam as capitais de todos os estados e distinguiam  uma planície de um planalto.

Observando as fichas de entrevista, percebemos que mal sabem escrever, apesar de terem curso superior. Quando pedimos para fazer uma redação, se levarmos a sério, reprovamos todos os candidatos e não é pela nova ortografia não, é simplesmente porque a redação não tem pé, nem cabeça. Não tem sequência, nem conteúdo.

Cada vez estamos presenciando um governo tipo “Silvio Santos” – quem quer dinheiro. É a bolsa-família, bolsa-leite, bolsa-gás, salário-família, bolsa-droga, bolsa-detenção e trabalhar, quem quer?

Em processos de seleção pelo interior do país, nos deparamos com candidatos que riem da oferta de emprego para ganharem mil e duzentos reais, quando, sem sair de casa, recebem muito mais do que isto. E, claro, não tem nenhuma formação, nem experiência anterior.

Segurança? O que é isto? A população está cada vez mais apavorada e trancafiada dentro de casa. Direitos humanos, só para bandidos. A impunidade se estabeleceu de uma tal forma que as pessoas do bem abrem mão de seu direito de reclamar ou denunciar, com medo de represálias.

As famosas PECs (Proposta de Emenda à Constituição) não passam de abuso do poder. A população tem que ser consultada em assuntos que ferem seus direitos. Se existe uma Constituição, que se cumpra. Dezenas de artigos da nossa Constituição ainda não entraram em vigor porque não foram regulamentados e são artigos de interesse geral, como revisão dos impostos, ações de inclusão, de igualdade de direitos.

Pela primeira vez a população reage espontaneamente, sem vínculo partidário, para demonstrar sua insatisfação latente, que se arrasta há anos. Esta é uma clara mensagem aos governantes que o Brasil pode mais. Não existe um país como o nosso, com tantas riquezas naturais, com um povo que recebe a todos de braços abertos, abençoado por não ter grandes catástrofes meteorológicas. Em realidade não precisa muito para que o Brasil seja o país dos sonhos, basta não atrapalhar seu crescimento.

Espero que destas manifestações surja o efeito esperado, de mudanças radicais na administração dos bens públicos, para que nossa população tenha melhores oportunidades de uma vida digna e um futuro próspero, com mais igualdade para todos.

Açucena Calixto Bonanato

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tejon lança livro e homenageia IPC
 
Na carta de apresentação do seu novo livro, O Código da Superação, José Luiz Tejon referencia seu
trabalho voluntário no IPC.
A equipe do Instituto agradece e sente-se muito orgulhosa e privilegiada em contar com tão nobre colaboração e apreço.
 
Tejon é realmente uma pessoa especial por sua sensibilidade e altruísmo.
Sempre estaremos torcendo e vibrando com o seu sucesso, em todas as áreas.

Açucena
 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Em conversa com o senador Romero Jucá

Nesta semana, especificamente na 2ª feira (22), representando a Diretoria do IPC, estive em audiência com o senador Romero Jucá, em Brasília, para registrar a indignação e discordância do Instituto e de tantas outras pessoas com relação aos Projetos de Lei nºs 112/2006 e 234/2012, que retrocedem as conquistas obtidas com a Lei de Cotas.

Entregamos um relatório registrando todos os pontos negativos dos Projetos de Lei e uma cópia do abaixo-assinado com mais de 2 mil adesões, que ainda está aberto para assinaturas.

Em contínua luta a favor dos direitos da pessoa com deficiência, ressaltamos ao senador que:

  • Se a cota for reduzida, as empresas que contrataram percentuais maiores optarão por demitir esses profissionais com deficiência, muitos deles colocados em postos de baixa visibilidade e sem perspectiva de carreira.
  • A terceirização proposta no PL arruína a efetivação de vagas ofertadas e agrava o problema da inclusão profissional da pessoa com deficiência.
  • Os programas de profissionalização previstos no PL tendem a “encostar” as pessoas com deficiência em eternos cursos, sem chance de contratação pelo mercado.
  • A terceirização em oficinas protegidas de produção, conforme trata o PL, confina a pessoa com deficiência em ações dedicadas a trabalhos manuais e atividades improducentes, com remuneração limitada, excluindo o cidadão e profissional do convívio social.
  • A redução da reserva de vagas para empregos públicos traduz a ineficiência, o despreparo e a exclusão do próprio Estado ao tratar da pessoa com deficiência.
  • A postergação do cumprimento das cotas pelo Estado por mais 10 anos não faz sentido, já que a Lei de Cotas existe há praticamente 22 anos.
  • Os concursos restritos a pessoas com deficiência, em vez de promover a inclusão por competência, parecem atestar a limitação desses indivíduos.
  • A reversão ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) da remuneração de pessoas com deficiência não contratadas, além de remeter esses profissionais à exclusão e ao desamparo social, não é efetivamente aplicada em cursos profissionalizantes.
  • O escalonamento da cota de contratação por grau de risco beneficia totalmente as grandes empresas, que pela Lei de Cotas devem manter um número maior de profissionais com deficiência contratados. Essa proposta do PL 234, em lugar de incentivar a contratação inclusiva, diminui a empregabilidade da pessoa com deficiência.
Essas razões técnicas, somadas à nossa experiência diária e ao convívio que mantemos com pessoas com deficiência, nos levam a insistir com o Legislativo para a não aprovação das mudanças retrógradas e excludentes propostas pelos senadores.

Segundo o senador Romero Jucá, essas manifestações serão juntadas aos Projetos de Lei para ser analisadas juntamente com outras sugestões.

Vamos continuar de olho e na expectativa de que alguma medida reversiva seja tomada contra esse retrocesso!

Comente você também e manifeste sua indignação com essas propostas!
 
Um abraço,


Açucena

quinta-feira, 11 de abril de 2013


Empresas pagarão menos impostos ao contratar pessoas com deficiência

O Projeto de Lei nº 391/2012, do Senador Mário Couto (PSDB – PA), aprovado ontem no Senado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, altera as oportunidades de empregabilidade para as pessoas com deficiência.

“A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos do cálculo do imposto de renda de que trata a alíquota do art.3º. da Lei 9.249/95, o percentual de 2%, se empregar em seus quadros, observado o limite mínimo de 10% do total geral de seus empregados, pessoas portadoras de deficiência”.

Com este incentivo fiscal, as pequenas e médias empresas, além daquelas com mais de cem empregados, sujeitas à Lei de Cotas, também poderão contratar pessoas com deficiência, ampliando substancialmente o número de vagas para esta população.

Sabidamente, a maior oferta de vagas encontra-se na somatória das pequenas e médias empresas e se 10% destas vagas forem destinadas a pessoas com deficiência, a oportunidade de trabalho e socialização dessas pessoas dará um salto inestimável.

O projeto segue para análise da Comissão de Assuntos Econômicos, em votação final.

Parabéns pela iniciativa do Senador e de todos os envolvidos no processo de aprovação. O Brasil agradece!

 

terça-feira, 26 de março de 2013

Carta enviada à assessoria do Senador Romero Jucá


Ilmo Sr. Hélio Carlos,

Meu nome é Açucena e milito em processos de inclusão, desde 1989, antes da Lei de Cotas e antes de se falar em conviver com estas pessoas.

Presido uma OSCIP – Instituto Pró-Cidadania, que, ao longo de 24 anos de trabalho, já inseriu no mercado mais de 25.000 pessoas e capacitou profissionalmente mais de 23.000, sem verba pública. Nunca recebemos um centavo de órgãos públicos e não queremos. Só queremos a preservação dos direitos deles.

Não temos vínculos políticos, religiosos, ou outros quaisquer. Temos somente orgulho do trabalho que realizamos.

As pessoas com deficiência viveram centenas de anos à margem da sociedade. Com o advindo da Lei de Cotas, 8.213/91 e o Decreto que a regulamentou 3.298/99 e posteriormente com o Decreto mais completo 5.296/04, a vida destas pessoas começou a mudar.

Temos a melhor e mais completa lei de inclusão social, para estas pessoas, do mundo todo. Reconhecida internacionalmente.

No entanto, estes 2 Projetos de Lei que tramitam hoje no Senado, e que o senhor é o relator dos 2, ferem substancialmente os direitos conquistados das pessoas com deficiência. Um deles é PL 112, do Senador José Sarney que, dentre outras medidas, reduz a cota reserva da lei de 5% para 3%; legaliza a terceirização das pessoas com deficiência, como cumprimento da cota; e legaliza a transferência das verbas para contratação de pessoas com deficiência, para programas de capacitação profissional, também como cumprimento da cota.

Além deste PL, tem outro do Senador Benedito Lira que transfere a verba de contratação das pessoas com deficiência, simplesmente como contribuição para o FAT.

Prezado senhor, tudo o que os empresários querem é não conviver com as pessoas com deficiência, até porque ninguém quer conviver com o que é feio, deformado, que requer adaptações de espaço físico, ou um esforço para se comunicar. Conviver com a pessoa com deficiência requer sair da zona de conforto e, claro, ninguém gosta disto.

Terceirizar esta mão de obra é menosprezar a capacidade deles. A terceirização de serviços sempre se dá nas atividades braçais, como limpeza, segurança, copa, cozinha e outras. Então eu pergunto, por que não podem ser engenheiros, técnicos, advogados, médicos, diretores de RH, de Finanças e outros cargos? Porque a população, bem como o senhor, não acredita que estas pessoas possam trabalhar em cargos de liderança. Ainda hoje há um ranço predominante que estas pessoas tem que viver à margem da sociedade, amparadas como coitadinhos pelo Estado. Eles só querem o direito ao trabalho e convívio com as demais pessoas. É pedir muito?

O famoso FAT até hoje não fez nada por eles e a reserva de verba para qualificação profissional já existe, mas não é aplicada ao seu propósito. Todos sabem disto. Vamos compactuar com mais desvios de verba e sofrimento para uma população tão necessitada?

Os políticos esquecem que esta população vota, tem família e que, segundo o IBGE, cada pessoa influencia mais 4. Já pensaram nisto?

Trabalhamos no Brasil inteiro e o pior estado da união em processos de inclusão é o Maranhão. Ao invés do Senador Sarney reduzir a cota e o senhor compactuar com isto, porque não faz cumprir a lei vigente no estado onde tem domínio?

Se não bastasse, o senhor fez algumas emendas, uma delas desastrosa, onde aplica a cota pelo grau de risco das empresas, nas proporções de 0,5% para o grau de risco 4 à 3% para o grau de risco 1. Sabidamente as grandes corporações, com maior número de empregados e maior possibilidade de contratação de pessoas com deficiência, encontram-se no grau de risco 4 e passarão a ter a cota de 0,5%, ao invés de 5%, que ainda podem ser revertidas para o FAT. É o desastre total e absoluto.

Falar que o trabalho é perigoso para eles, é assumir que é perigoso para qualquer pessoa. É ridículo afirmar que eles não podem trabalhar em grau de risco 4, porque os expõe. Depende da deficiência e o grau da deficiência. Quanto o senhor conhece realmente sobre esta população? Quanto conhece sobre a capacidade laboral destas pessoas?

Só no ano passado, incluímos em empresas de construção civil pesada mais de 1.000 pessoas e, até onde sei, nenhuma delas sofreu acidente e seus gestores estão muito satisfeitos com o trabalho. Basta saber como fazer.

As pessoas com deficiência querem trabalhar, querem ter responsabilidades, estar juntas de outras pessoas e não voltar ao confinamento e à exclusão. Outrossim, as verbas do FAT não sustentam estas pessoas, que na maioria das vezes é arrimo de família.

Posso encaminhar milhares de depoimentos, de como a inserção no mundo do trabalho mudou suas vidas e de suas famílias.


O senhor já avaliou que as empresas, após a promulgação destas funestas leis, mandarão as pessoas com deficiência embora? Com a redução da cota, as empresas terão excedente em seu quadro laboral, afinal, na maioria delas, a cota passará de 5% para 0,5% somente.

Temos no Brasil, aproximadamente, 45 milhões de pessoas com deficiência. Destes, 22 milhões com potencial para o trabalho e só3 milhões com carteira assinada. Ao invés de ampliarmos a cota, para absorver estas pessoas, o senado quer reduzir? Existe uma infinidade de deficiências ainda não contempladas pela Lei de Cotas e, portanto, muita gente ainda à margem da sociedade produtiva.

Só no ano passado, o IPC – Instituto Pró-Cidadania colocou mais de 3.000 pessoas no trabalho, o que prova que são capazes. Somamos ao longo do tempo mais de 25.000 pessoas incluídas em mercado formal de trabalho. Muito? Não, nada, se pensarmos que ainda 22 milhões esperam por um emprego.

Não deixe o Brasil retroceder ao imperialismo. Não exile novamente esta população.

Espero ter orgulho dos nossos representantes.

Cordialmente,

Açucena Calixto Bonanato

 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Adiada segunda votação, vamos cobrar avanços!


A 2ª votação do PL 112, que ocorreria nesta quarta-feira (20) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, pela redução das cotas de vagas para pessoas com deficiência nas empresas, foi adiada em função da ausência do senador Romero Jucá. A nova data não foi definida.


Em resposta a uma das mensagens enviadas por e-mail aos senadores, recebemos o retorno da equipe do senador Paulo Paim (PT/RS) informando que o projeto ainda deverá tramitar pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, ocasião em que este senador deverá solicitar uma audiência pública.


Vamos cobrar! Continuem a se manifestar contrários a esse retrocesso!


estouindignado@institutoprocidadania.org.br


Obrigada pelo apoio.
 

Açucena

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os representantes do povo brasileiro não conhecem o povo brasileiro


 
 
O governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), sancionou, no último dia 13 de março, a Lei Complementar nº 171, que proíbe a participação de pessoas com deficiência em concursos para delegado naquele Estado por julgar que esses indivíduos não possuem plena aptidão física e mental exigida para exercer a função de polícia civil.

Mais um grande absurdo contra as pessoas com deficiência. Será que nossos políticos, representantes do povo, conhecem o povo que representam?

Eles realmente sabem quem são as pessoas com deficiência?

Claro, concordo que nem toda pessoa com deficiência possa participar deste concurso, pelo grau da sua limitação. Mas, então, ao invés de proibir que TODOS participem do concurso, por que não estabelecer quais podem concorrer, como auditivos oralizados, com uso de prótese auricular ou aparelho; físicos de membro inferior com redução de até 4 cm, compensados por calçados adaptados; físicos de membro superior, com ausência do polegar ou dedo indicador, ou mais de um dedo na mesma mão; e assim por diante.

Temos que protestar contra a exclusão!! Ou será que nossos políticos acreditam que pessoas com deficiência são incapazes?

Basta!!! Chega de absurdos contra esta população que não tem voz!!!

Açucena

quinta-feira, 14 de março de 2013

Acorda Brasil


 
É um absurdo saber que o Exmo. Sr. Senador José Sarney tenha feito um Projeto de Lei, de número 112, de 2006, alterando as leis vigentes de proteção ao trabalho para pessoas com deficiência. Pior ainda é saber que foi votado ontem (13 de março) e aprovado na íntegra. Sua proposta, dentre outras providências, é reduzir a cota atual de até 5% de reserva de vagas em empresas para 3%, somente.

Hoje, temos a estimativa de aproximadamente 45 milhões de pessoas com deficiência no País, das quais somente 3 ou 4 milhões encontram-se empregadas, em empregos formais, segundo  o Ministério do Trabalho. A lei que favorece a contratação de pessoas com deficiência levou anos para ser promulgada e 8 anos e meio para ser regulamentada. Mesmo vigente, a grande maioria das empresas não cumpre a lei, nem mesmo os órgãos públicos. Esta população sempre foi excluída e, ainda hoje, existe muito preconceito para com ela.

Depois de tanta luta pela inclusão, vem o Sr. Sarney propor um retrocesso às mínimas conquistas conseguidas com tanto sacrifício. Quanto estes ilustres senadores conhecem sobre o mundo das pessoas com deficiência? Quanto conhecem sobre suas dificuldades, frustrações e discriminação? Quantos estes senhores conhecem sobre o sofrimento e dificuldade de suas famílias? Na própria justificativa deste projeto de lei alega que faltam dados sobre esta população. Desconhecem onde moram, suas reais necessidades, quantos somam realmente. Então, como fazer um projeto sobre uma população que nem ao menos conhece?

Ainda neste nefasto projeto, adota e legaliza a terceirização de pessoas com deficiência, como parte do cumprimento da cota reserva e legaliza a compensação da cota, revertendo para programas profissionalizantes. Era tudo o que as empresas e seus administradores gostariam de ter. Realmente o sonho de consumo da grande maioria dos empresários, pois ninguém quer conviver com a pessoa com deficiência. Esta é a verdade nua e crua. Perdi a conta das centenas de vezes que recebi a proposta para “deixar” na instituição as pessoas com deficiência contratadas por uma determinada organização, mesmo recebendo salário e benefícios, desde que nunca aparecessem na empresa. Ninguém quer conviver com o que é diferente. Todo mundo busca o padrão. Padrão do bonito e do ideal. Ninguém gosta do que foge do padrão. Certa vez ouvi de um empresário, uma definição para o convívio com a pessoa com deficiência: “Deficiente é como a feira, todo mundo gosta, mas ninguém quer na porta da sua casa”.

Isto é real. Todos acham os programas de inclusão social maravilhosos, mas longe deles.

Quanto a favorecer os processos de profissionalização, sou totalmente a favor, já faço isto há 20 anos, mas não da forma proposta pelos ilustres senadores. Se os órgãos públicos tivessem a capacidade e potencial de realizar estes programas de qualificação, já o teriam feito. Nossos professores de ensino básico, em escolas regulares, públicas ou privadas, sequer sabem como preparar material didático para cada tipo de deficiência, salvo raríssimas exceções. Vamos esperar que os cursos profissionalizantes atendam à demanda desta população especial? Só se acreditarmos em Papai Noel.

Continuando as propostas desastrosas deste projeto, legaliza oficinas protegidas, que mais uma vez excluem as pessoas do convívio social.

Quanto à reserva de vagas públicas, reduz de 5% para 3% também. Hoje não cumprem o mínimo necessário e ainda querem reduzir.

Como se não bastasse tudo isso, vem o Exmo. Senador Benedito de Lira, com outro projeto de lei, concomitante, também votado e aprovado ontem, alterando a Lei 8.213/91, em seu artigo 93, transferindo a responsabilidade de contratar pessoas com deficiência para simplesmente repassar valores financeiros para o FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador – verba esta frequentemente desviada e não comprovada efetivamente como profícua em processos de inclusão social, especialmente para pessoas com deficiência.

Acorda Brasil. Querem novamente passar a perna na população mais carente, mais necessitada, que não tem expressividade para bater de frente com o poder que se estabelece, em nome deles e contra eles. Vamos ficar de braços cruzados mais uma vez?

Eu não ficarei calada, manifestem-se, afinal somos todos potenciais deficientes e, com certeza futuros anciãos, que nos  tornaremos deficientes também.

Vamos juntos levantar a nossa voz, afinal os senadores e, políticos em geral, são os nossos representantes e nossa vontade deve imperar!!!!!

 

Açucena Calixto Bonanato

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Quanto riso! Oh! Quanta alegria!
 
Dizem que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. No meu caso não foi assim, mas isso também não me impediu de curtir um bom Carnaval.

Porque Carnaval é assim: para quem gosta, não tem idade ou previsão do tempo que atrapalhe a folia. Para mim é momento de vestir a fantasia, extravasar a alegria, dançar e pular na avenida. Já fiz isso em outros Carnavais, no Rio de Janeiro.

Neste ano escolhi São Paulo e representei a Rosas de Ouro, com o enredo “Os condutores da alegria: numa fantástica viagem aos reinos da folia”. Desfilei na “ala das panelas”, e nem mesmo a chuva atrapalhou a diversão do público e dos componentes das escolas de samba.

Éramos oito amigos, percorrendo o sambódromo como se fôssemos crianças atrás dos seus brinquedos, coração batendo acelerado. Na apuração, expectativa e ansiedade. Comemoramos o segundo lugar, praticamente empatados com a campeã da noite.

Não importa, próxima sexta-feira tem mais, que delícia repetir a dose!
 
Bom ano para todos nós!
 
Açucena


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Prefeitos do meu Brasil, agora é com vocês!


Mais de 5.500 prefeitos assumiram, no dia 1º deste ano, a gestão de municípios de Norte a Sul do Brasil, e carregam consigo o desafio de tornar nossas cidades “mais acessíveis” para as pessoas com deficiência.

Não falo aqui apenas do simples acesso aos espaços físicos (o que ainda não acontece em muitos casos), nem das vagas obrigatórias exclusivas para deficientes (que frequentemente são ocupadas pelas pessoas sem deficiência por mero “descuido”).

Meu apelo aos novos gestores municipais vai além: é preciso ampliar, nas cidades brasileiras, o acesso do deficiente à cultura, educação, saúde, ao trabalho, transporte, turismo e lazer. Precisamos rever as políticas públicas municipais e implantar programas e parcerias com organizações públicas, privadas e não governamentais a fim de viabilizar efetivamente a inclusão social da pessoa com deficiência.

São Paulo, já classificada como megacidade brasileira ao lado do Rio de Janeiro, está longe de ser uma metrópole inclusiva, assim como a Cidade Maravilhosa também não é, e ambas ainda têm inúmeras carências para a acessibilidade da pessoa com deficiência.

Matéria recente do jornal O Estado de S. Paulo traz informações de uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), que revela que as calçadas cariocas têm mais condições de receber cadeirantes. Das dez vias avaliadas na capital fluminense, metade é boa ou muito boa. Já nas ruas e avenidas paulistanas, só as da avenida Paulista seguem padrões ideais de segurança e conforto. Eis a herança da última gestão municipal na Capital.

Um exemplo positivo, no entanto, vem da região Sul. No final de 2012, visitei a trabalho o município de Gramado e observei que o cidadão com deficiência – habitante ou turista – efetivamente tem vez por lá: calçadas e locais públicos acessíveis, profissionais de áreas de serviço treinados para atender ao deficiente, espaços culturais com programação adequada. A região ainda abrange Canela e Nova Petrópolis, que também se preocupam com a acessibilidade de forma geral.

Já está mais do que na hora de exigirmos do Executivo e Legislativo dos nossos municípios a criação de programas locais efetivos de inclusão socioeconômica da pessoa com deficiência para mudar o cenário do nosso País, não apenas porque o Brasil vai sediar dois importantes eventos mundiais esportivos nos próximos anos. Somos a 6ª maior economia do mundo e 5ª maior população do planeta, e nossa população, com e sem deficiência, precisa fazer jus a isso!

Vamos cobrar já, antes das próximas eleições!

 
Açucena